segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal


Estamos quase no Natal, normalmente celebrado em família, e em que aproveitamos para trocar prendas, comer um bacalhau ou um perú e quase que nos esquecemos da verdadeira razão de ser Natal. Celebramos o nascimento de Jesus Cristo e, ao invés do que Jesus pregava, tornámo-nos uns consumistas exarcebados...Que bom seria que pudéssemos todos, sem excepção, olhar para o lado e ajudar quem precisa. Hoje já fiz a minha boa acção e fui dar umas roupas a um pobre senhor que dorme por debaixo da ponte, onde passa o comboio. Devia estar com tanto frio, que apenas me agradeceu com o olhar, mas foi o suficiente para eu me sentir bem melhor comigo próprio. Infelizmente não posso fazer muito mais, mas se todos nós o fizéssemos, seria Natal todos os dias. Desejo um Santo Natal, celebrado junto dos vossos entes queridos e que o próximo ano vos traga tudo aquilo que certamente sempre têm ansiado por ter. Bem hajam.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Alexis Goggins


Atravessamos uma quadra de solidariedade e em que os valores de sentimentos mais nobres emergem. A minha nota de esperança vai direitinha para a menina Alexis, de apenas 7 anos e que se intrometeu entre uma pistola enraivecida e sua própria mãe. Ao verificar que um energúmeno de nome Calvin Tillie, um antigo namorado da sua progenitora, ia disparar sobre a sua mãe, dentro do automóvel que transportava ambas, Alexis saltou do banco de trás e gritou: “Não faças mal à minha mãezinha!”...A menina encontra-se agora entre a vida e a morte, já foi submetida a 3 operações e mesmo que sobreviva, ficará cega do olho direito, tudo porque o seu frágil corpinho amparou 6 balas (!!!) de 9 mm, na sua face, não conseguindo ainda evitar mais 2 que ainda chegaram à sua mãe, Selietha Parker.
Alexis luta pela sobrevivência num hospital de Detroit, uma das cidades mais perigosas e tristes dos EUA. Para a sua mãe, a menina é o seu “anjo salvador” e já é apelidada como uma verdadeira heroína. Para mim também...
Este Natal, para além de o passar com a minha família, o meu pensamento vai estar na jovem Alexis. Coragem pequerrucha! – Dá-lhe força, meu Deus...

Michelle Larcher de Brito


Não é normal nesta vertente do desporto, Portugal orgulhar-se. Mas a jovem Michelle, de apenas 14 anos, venceu categoricamente o Dunlop Orange Bowl, uma espécie de campeonato do mundo da modalidade, na categoria de Juniores. Com a nova fornada de valores (Gastão Elias incluído), poderá Portugal colocar-se na rota da Península Ibérica, onde nuestros hermanos dão cartas no mundo do ténis, com muitas figuras de topo em ambos os sexos. É gratificante notar que Michelle é olhada pelos notáveis do ténis como uma atleta de grande futuro na modalidade, facto a que não é alheio ser treinada por Nick Bollettieri, um dos melhores treinadores do mundo na área da formação do ténis. Obrigado Michelle. Corolário natural, wild-card entregue por João Lagos (sempre atento...) para participar no Estoril Open do próximo ano, tal como Gastão Elias.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Flatulências


Ao vasculhar a nossa imprensa, deparei com um artigo hilariante...Maurice Fox, um septuagnário inglês, foi convidado a sair do seu clube que frequenta assiduamente, sempre que manifeste uma crise de flatulência. De facto, o clube Kirkham Street Sports and Social Club enviou uma missiva que evidenciava o desconforto pelos outros frequentadores do clube, sempre que o pobre se descuidava...Maurice já confirmou que vai acatar o pedido dos representantes do clube, apesar de visitar as instalações há mais de 20 anos, alegando que a idade avançada lhe faz ficar com "gases de vez em quando". Este incómodo para os outros convivas do clube, fará com que Maurice saia do edifício pelo menos três vezes por noite e, segundo ele, as razões de tal transtorno causado aos outros associados e visitantes será, concerteza e apenas o barulho característico da emissão das flatulências, já que não vêm acompanhadas do "cheirinho"...

Eduardo Prado Coelho


Eduardo Prado Coelho deixou-nos há pouco tempo e todos nós sabemos que foi um senhor e um verdadeiro exemplo na arte de bem escrever. Deixou-nos um rico espólio em literatura e escrevia regularmente para um o "Público", crónicas essas que me deixavam sempre deliciado. Esta foi uma delas, que aqui vos deixo, numa singela homenagem a esta figura e para que meditem na suas sábias palavras.

**A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é"muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem económica.Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa?Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados! É muito bom ser português. Mas quando essa Portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação,então tudo muda...Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias.Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável,não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE!*EDUARDO PRADO COELHO